DISCURSO INAGURAL A CARGO DE
GIOVANNI CASELLA
Todos nós que pertencemos ao mundo da saúde, deveríamos nos dar conta de que a medicina não é um NEGÓCIO, não é um trampolim financeiro, nem um meio para alcançar objetivos pessoais ou políticos.
Goste ou não, nós, profissionais da área da saúde temos que atuar sempre a serviço do paciente. É ele que tem que ser nossa prioridade e nossa razão de ser.
Hoje em dia o grande inimigo da medicina, e, conseqüentemente do medicamento em geral da sociedade, é a burocracia. Vivemos em uma época onde existem tempos de espera para tudo.
De uma visita ao doutor clínico até um exame simples e o seu resultado posterior.
A desorganização dos centros de saúde, a falta de profissionais qualificados e bem preparados são falhas reais que acontecem dia-a-dia em hospitais e clínicas de renome.
Eu, particularmente, acho que muitos enfermeiros estão melhores preparados que muitos doutores.
Além de tudo, os médicos insistem em usar difíceis terminologias quando tentam explicar o quadro de saúde aos pacientes.
Em vez de usarem palavras compreensíveis e comuns a eles, usam palavras rebuscadas e técnicas, o que cria um ruído de entendimento entre o médico e o paciente.
Em minha opinião, tal situação é bem típica de pessoas que querem se dar importância e nada sabem.
Atualmente é comum encontrar problemas como a perda de tempo que ocorre até a chegada ao especialista, a falta de meios e de equipamentos médicos e principalmente a falta de verba para investir mais na saúde para melhorar as condições gerais a fim de proporcionar mais estrutura médica e assistência aos pacientes.
Ainda, quando existem verba e bons equipamentos, nem sempre ela é utilizada para economizar.
“Afinal, para quê salvar essa pessoa?” .
Isso é o que muitos profissionais pensam.
Mas a vida não tem preço.
E nós médicos temos que salvar as pessoas sim, sempre.
Se os governantes querem economizar, diminuindo o valor de investimento na área de saúde, que comecem pelos salários. Em vez de aceitarem salários exorbitantes que paguem mais impostos aos laboratórios e aos médicos “especialistas”.
Logo estão os erros nas diagnoses.
Têm-se falado de negligência médica.
Não Senhores! Nós deveríamos falar de ignorância médica.
Deveríamos entender que a medicina nunca deveria ter a funcionalidade de curar, mas sim de prevenir.
Certamente, muitas coisas só melhorariam deste modo.
Quando iniciei este artigo, comecei a dizer que o medicamento não é um negócio, lembra?
Pois bem, no caso das clínicas estéticas, o é, e muito.
Muitos profissionais de clínica de estética enganam pacientes que procuram um sonho inalcançável: o de ficar jovem.
Senhores, isto é impossível!
Acredito na cirurgia plástica, na reconstrução de partes afetadas por acidentes, por queimaduras ou más-formações de nascença, mas nunca na modificação como forma de seguir alguma regra estética.
Além de tudo, as cirurgias plásticas nunca acabam bem e isto todos nós sabemos, embora isso não seja advertido aos futuros pacientes.
Já parou para pensar porque uma cirurgia estética nunca pode ser efetiva e durável?
Por uma simples razão: o corpo humano está em constante transformação.
Então, bloqueando-se uma parte, ocorre que com o passar do tempo, a pele se estica e o efeito visual é devastador. É possível até ver narizes abertos, seios deformados e por fim tem que se operar novamente.
Então, a quem beneficia a cirurgia estética?
Somente aos cirurgiões estéticos, claro!
E ninguém mais.
Uma Lipoaspiração simples, quando obtém sucesso, tem uma duração de 2 a 4 anos, mas se não obtiver, o paciente morre.
Porém, mesmo assim, a moda da cirurgia estética, principalmente nos Estados Unidos e no Brasil, triunfa no mundo.
Eu sempre tive claro que as temidas, tristes e duras enfermidades oncológicas como o câncer de mama, por exemplo, poderiam e deveriam ser prevenidas.
Ainda hoje se continuam fazendo mamografías.
Em minha opinião, a mamografia é como o eletrocardiograma, só serve para saber o que teve o coração ou a mama até então.
O que deveria ser feito é uma ecografia pois é muito mais segura e serve de prevenção.
Porém, este procedimento é mais caro.
Também acredito que os nódulos cancerígenos nos seios fibrosos pudessem se desfazer sem necessidade de qualquer cirurgia. Todos acham que os estrógenos regulam a mama.
Mas, acredito que os estrógenos e seus derivados como os anticonceptivos são cancerígenos e, portanto, não regulam a mama.
Por meio de uma pomada à base de progesterona,o hormônio feminino, que é desenvolvido no útero na segunda fase da menstruação, na chamada fase Láctea, poderia eliminar os cistos.
Não obstante, para os grandes laboratórios é muito mais lucrativo manter as doenças que as curar.
É preferível que uma pessoa pague 10 Euros a cada o mês ao longo de sua vida para isso em vez de pagar 100 ou 500 Euros e ser curada.
Eu, às vezes penso que muitas doenças são frutos dos próprios laboratórios como por exemplo o aumento das mamas.
Existe um sistema para aumentá-las, sem cirurgia.
Alguns estudos que fizemos demonstrou que o hormônio da progesterona pode causar um efeito dilatador nos seios, capaz de aumentá-los em até duas vezes o tamanho.
Em novembro de 2005, submetemos três mulheres, dermatologicamente entre si, ao mesmo tratamento: uma espanhola, uma equatoriana de características indígena e uma ucraniana.
A única coisa em comum entre elas era o tamanho do sutiã, pequeno.
Elas começaram a fazer uso da pomada pela manhã e à noite.
Aos três meses, a espanhola alcançou um número a mais no tamanho do sutien, aos seis meses a equatoriana dois números a mais e aos nove a ucraniana também alcançou o tamanho desejado.
Em nenhuma delas, até agora, foram descobertos efeitos secundários ou adversos, nem elas mostram problemas tópicos.
Ao longo de mais um ano de uso da pomada, as três mulheres mantiveram o tamanho de seio que já tinham.
Agora, vocês devem estar se perguntando: porque não se distribuem estes produtos?
Senhoras, a resposta é simples: porque aos cirurgiões estéticos, não é interessante perder seus grandiosos negócios.
Porque a verdade é essa: A MEDICINA SOMENTE É UM GRANDE NEGÓCIO.
G. Casella
